sábado, 31 de julho de 2010

Histórico do Bairro Clima Bom

Clima Bom

Área: 4,6 Km2 População: 47.858 hab. Fonte: IBGE Censo de 2000

Quantidade de logradouros: 99

______________________________________

Localização do Bairro

Limites do Bairro

Exclusão Social

Atividades Econômicas Desenvolvidas

Aspectos humanos

Educação

Saúde

Saneamento Básico

Coleta de Lixo

Abastecimento D´Água

Segurança

Iluminação Pública

Transporte de passageiros

Cultura, Esporte e Lazer

Conclusão

Localização do Bairro

O Clima Bom é um dos bairros de Maceió localizado a oeste da cidade, com ponto inicial e final: encontro da Rua Muniz Falcão com as Avenidas Menino Marcelo, Durval de Góes Monteiro e Rodovia BR 316 e BR 104; do ponto inicial segue pela Rua Muniz Falcão e logo em seguida pela Rua São José até o encontro com a Rua do Sossego. Segue pela Rua do Sossego e Rua Cel. Walfrido Gerônimo da Rocha até o encontro com a Av. Jorge Montenegro Barros. Segue por esta até o encontro com o girador no cruzamento com a Av. Jorge Montenegro Barros e Ladeira de pedra de acesso a Fernão Velho. Excluindo o referido girador, segue pelo limite do Loteamento Chácaras da Lagoa até o encontro com o talvegue do Riacho das Barreiras. Segue por este talvegue até o encontro com a Av. Valdemar Rufino. Segue por esta via e logo depois para norte, seguindo pela Rua ABC (via de acesso ao Loteamento Rio Novo) até o encontro desta com a Av. Dep. Serzedelo de Barros Correia (BR 316). Segue por esta até o ponto inicial.

O bairro Clima Bom é constituído pelos conjuntos residenciais: Rosane Collor; Cabo Luís Pedro II; Osman Loureiro e Taxista

Limites do Bairro

NORTE - Santos Dumont

SUL - Fernão Velho e Santa Amélia

LESTE- Tabuleiro do Martins

OESTE - Rio Novo

Exclusão Social

A 7ª Região Administrativa a qual o bairro Clima Bom faz parte, conforme a pesquisa, ocupa o 2º lugar em exclusão social em Maceió, com percentual de 60% (sessenta por cento) numa população estimadamente excluída de 80.635 habitantes.

A faixa etária considerada ativa para o trabalho (19 a 45 anos), há um percentual de 50,94% de desempregados, como também, um número significativo de pessoas com idade acima de 18 anos que nunca tiveram a oportunidade de inserir-se no mercado de trabalho, e os que trabalham têm média salarial de 1 (um) salário mínimo, devido ao baixo nível de escolaridade e a falta de qualificação profissional, que é mais visível na faixa etária a partir de 19 anos.

Atividades Econômicas Desenvolvidas

O setor econômico do bairro é basicamente composto por estabelecimentos comerciais de variados gêneros: confecções, restaurantes, padarias, lanchonetes, mercadinhos e supermercados, açougues, escolas particulares, depósitos de material de construção, farmácias, salões de beleza.

No desenvolvimento industrial, o bairro contém um micro-pólo industrial que contempla: produção de peças e equipamentos para usinas açucareiras, fabricação de produto de limpeza (sabão, detergente), envasamento de especiaria (pimenta).

Aspectos humanos

a) População

De acordo com o Censo de 2004, elaborado pelo IBGE, o bairro Clima Bom possui uma população de 47.858 habitantes, sendo 23.273 homens e 24.585 mulheres, ocupando o 5º lugar em população.

b) População Residente, Por Grupo de Idade no Bairro Clima Bom

Educação

Levando em consideração a população do bairro, o número de escolas ainda é insuficiente, principalmente as públicas, tendo em vista que só existem duas escolas da rede municipal e três da rede estadual, e mesmo assim, a maioria só disponibiliza educação infantil e ensino fundamental, deixando o ensino médio para as escolas particulares, que também quase não dispõem, restando apenas a alternativa de procurarem outro bairro, para a continuidade dos estudos.

Como a maioria da população residente tem uma renda baixa, insuficiente para estudar em escola particular e as públicas não atendendo a todos, muitos são obrigados a se deslocarem para outros bairros.

O Bairro dispõe de 22 (vinte e duas) escolas particulares, sendo que a maioria das escolas particulares só dispõem de ensino da educação infantil até a 4ª série do ensino fundamental.

Oficialmente não se tem registro do número de matrículas de todas as escolas, pois a maioria das escolas particulares estão fora do censo escolar realizado pela Secretaria de Estado da Educação, estando registrado apenas as seguintes:

Número de Matrículas por Modalidade de Ensino

Relatórios elaborado pelo 4º BPMAL e pela SEMCA - 2004

Movimento e Rendimento do Ensino Fundamental

Fonte: Secretaria de Estado da Educação – Censo Escolar 2004

Analisando as tabelas citadas, verificamos que há um número alto de afastamento de alunos das escolas que pode ser considerado como evasão escolar. Isso pode ser visto de duas formas: os alunos estão desestimulados para estudar e acabam desistindo, ou então não acreditam e não confiam na escola pública do bairro. Outro aspecto a considerar é o trabalho infantil, que não é apenas uma realidade da zona rural, afetando os alunos dos bairros de periferia, que são obrigados a trabalhar na economia informal para compor a renda familiar.

A taxa de analfabetos do Clima Bom é uma das mais altas, em torno de 23,94%, tendo em vista que de 42.181 habitantes com idade a partir de 5 anos, apenas 32.091 foram alfabetizadas, podemos também observar, conforme tabela abaixo, que o maior número de alfabetizados se encontra a partir dos 11 anos, fazendo concluir que não está sendo levado em consideração por uma boa parte da população, a idade de 7 anos para o ingresso da criança na 1ª série do Ensino Fundamental, pois de 1.041 crianças apenas 478 foram alfabetizadas nessa faixa etária.

População Residente a partir de 5 anos, Total e Alfabetizada

Saúde

O Bairro do Clima Bom conta com a participação do 7º Distrito Sanitário que proporciona assistência à população, através de 02 unidades de saúde, 02 equipes de Programa de Saúde da Família (PSF), que atende especificamente famílias do conjunto residencial Rosane Collor, mas ainda é insuficiente para o número de habitantes, pois nem todos conseguem atendimento e ainda enfrentam longas filas, provocando às vezes a desistência de alguns.

As unidades de saúde contam com a participação dos Conselhos Gestores. O Conselho Gestor é um espaço que a população dispõe para acompanhar e fiscalizar as ações das unidades de saúde. A formação desses conselhos é tripartite: usuário, governo, trabalhadores de saúde e sua consolidação depende do nível de mobilização da sociedade.

Existe uma enorme carência na área da saúde pelo bairro não dispor de consultórios médicos, hospitais, laboratórios, pois só identificamos 02 (dois) consultórios de dentistas e 02 (dois) laboratórios, mesmo assim com o número muito restrito de exames, com isso a população é obrigada a procurar atendimento médico em outros bairros. As únicas unidades de saúde existente são as duas do município, para atender toda população.

A Unidade de Saúde Djalma Loureiro atende a todo o bairro nas especialidades acima, e realiza alguns exames ginecológicos preventivos. Já a Unidade de Saúde Rosane Collor atende apenas um número reduzido de pessoas residente no conjunto residencial Rosane Collor e trabalha com duas equipes do Programa de Saúde da Família (PSF), a equipe 20 que atende em torno de 3.715 famílias e a equipe 41 em torno de 2.887 famílias. Dessas famílias que são atendidas por esse programa, apenas 161 famílias possuem algum tipo de plano de saúde, ou seja, 2,4% das famílias atendidas.

Além dos 09 (nove) agentes de saúde que trabalham com o Programa de Saúde da Família (PSF), temos mais 03 (três) de epidemiologia e 23 (vinte e três) que trabalham no combate e prevenção da Dengue.

O número de óbitos onde ouve o maior incidência foi na faixa etária de 50 anos acima, registrando 234 casos do total de 445, em segundo lugar de 15 a 49 anos com 140 casos, em terceiro com menos de 01 ano com 52 casos, em quarto de 5 a 14 anos com 12 casos e em último lugar de 1 a 4 anos com apenas 7 casos, segundo dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde.

Saneamento Básico

O Clima Bom é um dos bairros mais desprovido de saneamento básico e enfrenta grandes dificuldades, principalmente onde reside a população em situação vulnerável. O esgoto e dejetos das casas correm pelas ruas, provocando inúmeras endemias, comprometendo a qualidade de vida da população, e em decorrência das chuvas, as ruas ficam alagadas e intransitáveis, às vezes entrando nas residências.

Como a maioria das ruas não tem calçamento na época chuvosa é um verdadeiro sufoco para se deslocar, pois em alguns locais, a água invade interrompendo até a passagem dos ônibus.

Coleta de Lixo

A coleta de lixo é realizada através da empresa MARQUISE, contratada pela instituição municipal COBEL (Companhia de Beneficiamento do Lixo) para executar os serviços nesta área.

O serviço é realizado três vezes por semana, em dias alternados, porém não atende a demanda da região. Há algumas áreas que não acontece coleta, devido ao difícil acesso, o que acarreta acúmulo de lixo em terrenos baldios, valetas e encostas.

Abastecimento D´Água

O abastecimento d'água é irregular, tendo como fornecedora a CASAL - Companhia de Saneamento e Abastecimento de Água do Estado de Alagoas, pois na maior parte do bairro a água não chega às torneiras, obrigando a população a procurar outra forma de fornecimento, alguns conseguem através de poços artesianos e outros pela encanação vinda da nascente próxima ao bairro, motivando uma insatisfação generalizada. Para a obtenção da água fornecida pela CASAL, muitas vezes se faz necessário o uso de bombas.

Essa ausência do poder público na comunidade abre espaço para projetos eleitoreiros como o caso do PROJETO - NASCENÇA ÁGUA PARA TODOS.

Segurança

Tratando-se do sistema de segurança, podemos afirmar que o mesmo é bastante precário neste bairro, visto que só recentemente foi instalado um posto policial para atender toda a população residente, dispõe de uma unidade da polícia civil , localizada na rua Muniz Falcão, conhecida rua dos "Bares".

Essa carência de segurança faz com que aumente o número de assalto e se forme grupos de comerciantes e usuários de entorpecentes, provocando pânico na população. Segundo uma emissora de televisão local (TV Gazeta no seu jornal diário), o bairro foi considerado no ano de 2003, o segundo mais violento de Maceió, perdendo apenas para o Jacintinho. Levando em consideração o número de óbitos registrados pela Secretaria Municipal de Saúde, chegamos a conclusão que realmente a violência faz parte do cotidiano dos moradores do Clima Bom.

É necessário salientar que está faltando um pouco de vontade política para proporcionar uma segurança mais preparada, equipada e em números bem maiores que o atual.

Iluminação Pública

O serviço de iluminação é formado pela CEAL (Cia. Energética de Alagoas), e o trabalho de reposição de lâmpadas dos postes é realizado pela SIMA (Superintendência de Iluminação de Maceió). A iluminação clandestina faz-se presente, nas áreas de aglomeração de favelas, através de gambiarras.

O serviço de iluminação do bairro é bastante deficiente, visto a escuridão em várias ruas impedindo a população de transitar à noite e quando acontece corre o risco de ser atacada por marginais. O problema também atinge outras proporções, aumentando o número de assaltos freqüentes. Em algumas ruas a única iluminação existente provém de lâmpadas que alguns moradores colocam defronte a sua residência. Além de toda essa precariedade no período de racionamento decretado pelo Governo Federal a situação ficou ainda pior, visto que houve uma diminuição no número de lâmpadas.

Transporte de passageiros

O sistema de transporte de passageiros do bairro, conta apenas com os serviços de duas empresas de ônibus: São Francisco e Cidade Sorriso, dispondo de 04 (quatro) linhas de ônibus: Osman Loureiro, Rosane Collor, Clima Bom e Santos Dumont.

Apenas as linhas Rosane Collor e Clima Bom, contemplam em parte os usuários que dela necessitam, porque o sistema dispõe apenas de um corredor principal de tráfego, acarretando assim, o não atendimento satisfatório da maioria dos usuários, devido à extensão territorial do bairro.

Além do mais, a população usuária enfrenta vários problemas da frota de coletivo, tais como: excesso de lotação, estado de conservação, disponibilidade de ônibus para outros bairros, e inclusive a falta de um terminal de ônibus.

Vias de tráfego

O bairro dispõe apenas de um corredor pavimentado (Rua Firmo Correia de Araújo, Rua Jerusalém com prolongamento da Rua Boa Vista), onde, apesar de dispor de 04 (quatro) linhas de ônibus (Osman Loureiro, Rosane Collor, Clima Bom e Santos Dumont), apenas o intinerário Clima Bom-Centro, percorre o citado corredor.

Quase todos os ônibus passam apenas pelo corredor pavimentando, o que provoca um constragimento para a população usuária que reside mais distante deste, pois é obrigada a fazer uma "longa caminhada" até o ponto de ônibus.

A falta de drenagem e pavimentação daquelas ruas, que são utilizadas como vias secundárias de tráfego, quando da ocasião dos períodos chuvosos tornam-se intransitáveis, provocando alternâncias desordenadas nos percursos dos ônibus, acarretando com isso transtornos imensuráveis aos usuários, inclusive pedestres e veículos particulares.

Cultura, Esporte e Lazer

1. Base de formação

Quanto ao aspecto cultural, registra-se apenas o culto de religião e grupos de capoeira.

No que se refere ao esporte e lazer a população tem como opção: os campos de futebol chamados "carecão" por não ter gramado e as praças existentes em algumas áreas.

Observa-se assim, que no aspecto cultura, esporte e lazer a população também é desprovida, principalmente no que tange a realidade infantil, especificamente àquelas que não dispõe de brinquedos e não tem recursos financeiros para se deslocarem a outras localidades, para poder realizar atividades recreativas, adequadas a sua fase de vida.

Mapeamento inédito da cidade de São Paulo, encomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para avaliar a vulnerabilidade dos jovens às drogas, mostra que os serviços públicos de lazer e cultura, úteis para reduzir o ócio e inibir o vício, não beneficiam a população mais carente (os adolescentes da periferia). Os centros esportivos e de treinamentos, as bibliotecas, os parques e os teatros estão concentradas nas regiões de alta renda, bem distantes dos jovens que vivem nas áreas extremas da cidade e que estão mais expostos ao crime. Esta pesquisa aponta o aumento da marginalidade, o consumo de álcool, o uso de drogas por adolescentes e a violência dos jovens, relacionando isto com a distribuição (má) das opções culturais e esportivas na Grande São Paulo.

A realidade de nossa Maceió não é diferente, pois podemos observar que os bairros mais distantes, o Clima Bom é um exemplo, não dispõem dos serviços públicos de lazer e cultura para ocupação de crianças e jovens, os quais muitas vezes não têm espaços na própria residência. Sem opções, eles vão para a rua e acabam por se envolver e atuar nos bandos se tornando dessa forma verdadeiros marginais.

Fazemos nossas as palavras do Professor Douglas Apratto Tenório. "É urgente, é importante, não só para eles, mas para todos nós, que o poder público, a Prefeitura, o Estado, revisem esse modelo excludente. Temos certeza de que a sensibilidade social de nossos governantes encontrará meios para que os jovens de nossa periferia encontrem em suas comunidades, em seus bairros, instrumentos de lazer, de cultura, que lhes dêem uma dimensão mais larga da vida e oportunidades de crescer intelectualmente e alegria no seu difícil dia a dia" *

* Douglas Apratto Tenório - O JORNAL - Cultura e lazer: exclusão na periferia - 15/09/2001

2. Comunicação

O bairro dispõe apenas de duas rádios comunitárias e o serviço de telefonia residencial e pública (orelhões).

3. Instituições Religiosas

A religiosidade no bairro é marcante e diversificada, no entanto, na população, há uma predominância da religião católica. Existem em média 08 templos religiosos, sendo: 02 batista, 03 católicos, 04 Assembléias de Deus, 02 Quadrangular , 01 Universal do Reino de Deus, 02 Adventista e 01 Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

Nenhum comentário:

Postar um comentário